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 Uma rua medieval

 

Durante a Idade Média, algumas cidades cresceram em redor de um castelo ou de um mosteiro importante, onde as pessoas esperavam ficar a salvo, em caso de ataque. Aldeias grandes, onde os agricultores das redondezas se juntavam para a venda dos seus produtos, foram-se transformando em vilas ou cidades de mercado. Um centro comercial – um porto, a confluência de dois rios ou de estradas com grande tráfego – transformava-se muitas vezes numa cidade em grande crescimento. A vida dura e oprimida dos que trabalhavam a terra fez com que muitos camponeses fugissem para os centros urbanos, pois passavam a ser homens livres.As cidades e vilas medievais eram surpreendentemente pequenas, pois poucas excederiam os dois mil habitantes. Mesmo as cidades maiores, como Florença e Paris, tinham populações inferiores às duzentas mil pessoas.Não obstante, bem confinadas no interior das suas muralhas, as cidades eram locais apinhados e barulhentos. As carroças e cavalos deslocavam-se com estrépito em calçadas estreitas. Os pregoeiros locais anunciavam as feiras, as casas à venda e os casamentos mais próximos. Os mendigos lamuriavam por esmola. Os bufarinheiros e os lojistas gritavam bem alto o nome das mercadorias que vendiam: «Pimenta e açafrão!», «Costeletas de vaca e empadas!» Havia sinos tocando incessantemente, a anunciar a abertura das portas da cidade, o início do mercado, os ofícios religiosos, as reuniões – e até o nascimento de uma princesa real. Em Florença, um sino assinalava o início e o fim do dia de trabalho.Embora se pagasse a varredores para limparem o lixo das ruas, havia queixas frequentes sobre o seu estado, pois as pessoas lançavam o lixo e os dejetos para a rua e para o rio. Em 1365, em Lincoln, no norte de Inglaterra, cheirava tão mal que os mercadores estrangeiros se recusaram a entrar até que fosse limpa.As pessoas que não podiam comprar água fresca, trazida de fora da cidade pelos aguadeiros, tinham de a ir buscar às fontes públicas, a um poço no quintal, ou ao rio.À noite, na escuridão, as ruas sem iluminação eram um antro de ladrões. Em alguns locais da cidade, organizava-se uma escala rotativa de cidadãos, que formavam uma ronda, mas a maior parte das cidades limitava-se a encerrar as portas ao crepúsculo, e a mandar tocar os sinos para recolher. Os cidadãos respeitadores da lei cerravam as gelosias, trancavam as portas e ficavam dentro de suas casas.

 

CLARE, John D. – Cidades medievais. Sacavém: Districultural, 1992.

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