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O homem que só gostava de números

 

Este é o título de um livro da autoria de Paul Hoffman sobre a vida de Paul Erdős, um dos mais excêntricos matemáticos do século XX. Erdős possuía poderes intelectuais inimagináveis, mas era incapaz de realizar muitas das tarefas diárias mais simples.A história da sua vida é fascinante.Paul Erdős conseguiu pensar sobre mais problemas do que qualquer outro matemático na história. Escreveu ou foi coautor de 1475 artigos científicos, muitos deles monumentais e todos eles substanciais. Estruturou a sua vida no sentido de maximizar o tempo que tinha disponível para a matemática. Não tinha mulher nem filhos, não tinha emprego, passatempos, ou mesmo uma casa. Viveu à custa de uma mala andrajosa e de um saco de plástico de um grande armazém em Budapeste. Percorreu quatro continentes em busca de bons problemas matemáticos, deslocando-se de uma universidade ou centro de investigação para o seguinte. Erdős (pronuncia-se er-dish) aparecia à porta de um colega matemático, trabalhava com o anfitrião durante um dia ou dois e seguia em frente. Não era um hóspede fácil, mas todos o queriam por perto, todos guardavam problemas para lhe colocar.Para comunicar com Erdős era necessário conhecer a sua linguagem, pois utilizava um vocabulário especial. Chamava Épsilo a uma criança porque, em matemática, esta letra grega usa-se para representar pequenas quantidades. Deus era o SF - Supremo Fascista, - o Tipo Número Um Lá em Cima, que o atormentava continuamente, escondendo-lhe os óculos, roubando-lhe o passaporte húngaro ou, pior ainda, guardando para Si próprio as elegantes soluções de problemas matemáticos intrigantes.Erdős trabalhava 19 horas por dia, à custa de café e anfetaminas. O pouco dinheiro que recebia em salários e honorários de palestras oferecia a parentes, colegas, estudantes e desconhecidos.Era um prodígio matemático. Aos 3 anos conseguia multiplicar, de cabeça, números de três algarismos e aos 4 descobriu os números negativos.Paul Erdős nasceu em Budapeste, Hungria, a 26 de março de 1913, filho de dois professores de Matemática do liceu. As duas irmãs, de 3 e 5 anos, morreram nesse mesmo dia, vítimas de escarlatina. Quando tinha 1 ano e meio, o pai, Lajos, foi capturado numa ofensiva russa e enviado para a Sibéria durante 6 anos.Com o pai na prisão e a mãe a ensinar na escola durante o dia, Erdős foi criado por uma governanta alemã. Tornou-se competente em números, ainda pequeno. Durante a maior parte da sua infância, a mãe manteve-o fora da escola, com receio das doenças infetocontagiosas. Em 1930, com 17 anos, matriculou-se na Universidade Pázmány Péter, em Budapeste, onde se graduou quatro anos mais tarde com um doutoramento em Matemática.Nos sessenta e dois anos que se seguiram, fez matemática em mais de vinte e cinco países diferentes, concluindo importantes demonstrações em locais remotos e, por vezes, publicando-as em revistas científicas igualmente obscuras.Paul Erdős morreu em Varsóvia, na Polónia, a 20 de setembro de 1996.

 

HOFFMAN, Paul - O homem que só gostava de números. Gradiva, 2000

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